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Exposições

Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira

Por 15 de julho de 2018novembro 30th, 2023Sem comentários6 minutos

Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileiraA Queermuseu no Parque Lage

História da Exposição

“A diferença é um dos fundamentos do queer, termo de origem pejorativa que teve seu significado transformado nos anos 1980 na luta por direitos civis e movimentos LGBTQIA+. Desde então, queer passou a designar a diversidade e o direito a uma existência fora da norma.”

“Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira”. A exposição explora a expressão e identidade de gênero, a diversidade e a diferença na arte brasileira por meio de 264 obras de 85 artistas, como Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Bia Leite, Cândido Portnari, Cibelle Cavalli Bastos, Leonilson, Lygia Clark, Pedro Américo, Roberto Cidade e Sidney Amaral. Provenientes de coleções públicas e privadas, as obras representam a diversidade estética, geográfica e geracional da produção artística do Brasil.

Na sua estreia no Santander Cultural, em Porto Alegre, a exposição enfrentou uma campanha difamatória nas redes sociais, promovida por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL). Eles alegaram que a exposição fazia apologia à pedofilia, pornografia, zoofilia, e desrespeitava figuras religiosas. Essas acusações levaram a ameaças de boicote ao Banco Santander, que resultou no cancelamento da exposição. No entanto, o Ministério Público Federal desmentiu todas as acusações, afirmando não haver qualquer crime. Eles recomendaram a imediata reabertura da exposição, mas a instituição não seguiu essa recomendação.

Então, o Museu de Arte do Rio (MAR) planejava realizar a exposição no Rio de Janeiro. No entanto, o prefeito da cidade, Marcelo Crivella, censurou a exposição e declarou em um vídeo que ela só aconteceria se fosse “no fundo do mar”.

“Queermuseu se propunha a ser um museu provisório, de caráter metafórico, cujo objetivo é propiciar um campo de investigação sobre o caráter patriarcal e heteronormativo do museu como instituição ao fazê-lo constituir uma plataforma de experiência para exercitar o pensamento de outra forma, ou seja, pensar fora da norma”. Segundo o curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, “é uma exposição fundada na democracia e na visão de um processo de inclusão”.

O maior financiamento coletivo do Brasil

A fim de contrariar a censura imposta, o Parque Lage realizou uma campanha de financiamento coletivo, na qual bateu recorde de maior campanha realizada no Brasil, chegando a marca de mais de 1 milhão de reais e 1678 de participantes.

Em primeiro lugar, fixaram a meta em 690.000 reais. Após essa primeira etapa, elevaram a meta duas vezes: a segunda para 890.000 reais e a terceira para 1.000.000 reais. Esta última ultrapassou-se em 81.176 reais, resultando na ampliação do projeto. Dessa forma, atingiram o objetivo para a reforma das Cavalariças do Parque Lage, onde a exposição será hospedada.

Como recompensa aos apoiadores do financiamento coletivo, ofereceram diversos benefícios. Isso inclui camisas com o tema “Quanto mais Queer melhor”, catálogos, obras e múltiplos concedidos gratuitamente pelos artistas: Rosângela Rennó, Nino Cais, Marcos Chaves, Matheus Rocha Pitta, Paulo Bruscky, Guto Lacaz e Carla Chaim.

Conheça o site do financiamento coletivo:
benfeitoria.com/queermuseu

Clique aqui e conheça a lista de nomes dos apoiadores.

Levante Queremos Queer

Além da campanha realizada pela plataforma Benfeitoria, o Parque Lage ofereceu o Levante Queremos Queer em fevereiro de 2018. Este evento foi realizado em parceria com Dyonne Boy (coordenadora executiva do Jongo da Serrinha) e Julio Barroso (agitador cultural e integrante do Ocupa Carnaval). A programação incluiu não apenas debates como também atividades infantis e apresentações musicais de diversos grupos, como Afoxé Filhos de Gandhi e Bateria da Mangueira. Assim, em maio do mesmo ano, a equipe programou uma nova edição do evento Levante Queer, apresentando uma programação renovada no sábado, dia 26.

Para mais informações sobre a programação do Levante Queremos Queer, acesse: eavparquelage.rj.gov.br/levante-queremos-queer.

#MariellePresente e show Caetano contra Censura

O assassinato de Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro, mulher, negra e homossexual, em 14 de março de 2018, foi uma triste coincidência que precedeu o show “Caetano contra Censura”. O evento ocorreu no dia seguinte no Parque Lage, marcando o início do leilão de obras para financiar a exposição. Conduziram o leilão de maneira silenciosa, como um ato de luto e protesto. As obras não foram vendidas no momento, mas ao longo da semana, estiveram disponíveis para os participantes presentes no evento.

A queermuseu e a judicialização da arte

A EAV Parque Lage promoveu, no dia 18/05, o debate “A Queermuseu e a Judicialização da Arte no Brasil”, reunindo cinco experts da área jurídica para debater a censura da exposição Queermuseu. A conversa sobre direitos constitucionais, arte e cultura contou com a presença de Fabio Szwarcwald (diretor da EAV), Marcelo Viveiros de Moura, Daniel Sarmento, Deborah Duprat, Joaquim Falcão, Nélio Machado e mediação de Demian Guedes.

Saiba mais sobre a programação desse evento: eavparquelage.rj.gov.br/queermuseu-judicializacao-da-arte

Levante Queer

No sábado, dia 26 de maio, realizou-se a segunda edição do Levante, integrado à plataforma curatorial da exposição Queermuseu no Parque Lage. Este evento representou um amplo movimento contra a censura e a intolerância, dando voz a diversas manifestações artísticas brasileiras.

Além disso, apresentações de grupos ligados à cultura popular, como o Afoxé Filhos de Gandhi e o Carimbloco, impulsionaram o dia. A bateria mirim da Grande Rio também participou da programação, que incluiu performances de Tyaro Maya, Chico Chico, Duda Brack, Caio Prado, entre outros. A produção do Levante Queer foi uma parceria entre a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Julio Barroso (produtor cultural, integrante do Ocupa Carnaval), e Dyonne Boy (coordenadora executiva do Jongo da Serrinha).

Posteriormente, a partir das 14h, após a introdução do diretor da EAV, Fabio Szwarcwald, e do curador Ulisses Carrilho, os debates começaram no Salão Nobre. Em seguida, a primeira mesa, com o tema ‘periferia ocupa’, foi mediada por Julio Barroso (segue abaixo a programação completa com os integrantes). Por outro lado, a segunda, mediada por Carrilho, discorreu sobre as narrativas queer.

Saiba mais sobre a programação do Levante Queer:
eavparquelage.rj.gov.br/levante-queer

Produção Queermuseu no Parque Lage

Com o sucesso da campanha, iniciamos as reformas nas Cavalariças do Parque Lage para abrigar a exposição. Assim, a previsão de abertura será em meados de agosto de 2018. Adotaremos uma postura institucional responsável em relação aos diferentes públicos, aplicando as orientações previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente em nossa programação.


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